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O grande dia chegou 🌞

Lucy estava mais brilhante do que a primeira vez que a vi, me abraçou apertado e me mostrou novamente papéis, mas desta vez eu entendi que naquelas folhas falava que eu era seu filho.
Mamãe perguntou se tinha algo que eu queria levar pra minha nova casa, pois ela compraria tudo novo para mim, falava sobre energias e vibrações e eu ria divertido daquilo, ganharia coisas novas e eu poderia escolher tudo.

A única coisa que eu quis levar foi o livro daquele dia, sentia felicidade ao olhá-lo, era como se por causa dele eu havia conhecido ela.
O mais engraçado era que naquela mesma semana iriam construir uma biblioteca novinha no orfanato, livros pareciam trazer esperança.
Ela chorava e ria, era uma mistura engraçada, falava sem quase parar pra respirar, depois entendi que esse era o jeito dela e eu adorava.

Mamãe era tão perfeita que eu queria agradá-la, tentaria fazer tudo certo pra não decepcionar a pessoa mais importante em toda a minha vida. Ela nunca me questionou absolutamente nada, nunca fez nenhuma pergunta sobre meu passado ou o porquê eu agia daquela maneira rude.
Ela confiava em mim mais do que eu mesmo, me respeitava e sempre me perguntava sobre minhas preferências, me deixando escolher praticamente tudo, minhas roupas, o que eu gostaria de comer e até meus novos brinquedos.
Pedi logo um skate voador, tinha visto numa revista e claro que ela me fazia usar as proteções, capacete e tudo mais.

Mas nada é perfeito, entrava em crise quando tinha pesadelos com o primeiro orfanato ou quando assista algum filme que remetia a algo que passei, uma música, um objeto...
Aquilo era muito ruim, mas minha mãe sabia me acalmar e me trazer segurança e aquilo parecia nos unir cada vez mais.
Ela tinha um jeito especial de lidar comigo nessas horas, "Olhe para mim" ela começava, dizia que ela estava lá e nada poderia me atingir, me abraçava, cantava para mim e fazia eu me sentir melhor.